ABSTRACT
Objetivo: Avaliar a conduta frente às lesões intraepiteliais cervicais de alto grau (HSIL, do inglês high grade squamous intraepithelial lesions) em adolescentes, visto que não há consenso entre as medidas terapêuticas, considerando-se os riscos e benefícios de cada procedimento. Métodos: Foi realizada pesquisa eletrônica de publicações no MEDLINE (por meio do PubMed), SciELO, LILACS, EBSCO e Google Acadêmico. As diretrizes do tema também foram consideradas e sintetizadas. Resultados: Em adolescentes com HSIL citológico, o método "ver e tratar" não é recomendado, devendo ser realizada a biópsia do colo uterino orientada pela colposcopia para confirmação disgnóstica. Se a biópsia revelar NIC2 ou NIC3, a recomendação é o tratamento excisional por meio de exérese da zona de transformação (EZT). No entanto, diretrizes mais recentes sugerem a adoção de conduta mais conservadora nas portadoras de NIC2, que apresentem adesão ao seguimento, recomendando mon itorização com citologia e colposcopia semestrais. Caso seja detectada NIC3 ou carcinoma in situ a qualquer momento, é indicado o tratamento excisional. Conclusão: O tratamento e acompanhamento de mulheres adolescentes com HSIL ainda é controverso. Entretanto, a melhor evidência disponível sugere que, frente à HSIL em adolescentes, o tratamento cirúrgico pode não ser a primeira opção, haja vista a elevada taxa de regressão da lesão, além dos riscos reprodutivos relacionados ao tratamento intervencionista para essa população.
Objective: To evaluate the treatment of the cervical high grade squamous intraepithelial lesions (HSIL) in adolescents, because there is no consensus among therapeutic measures, considering risks and benefits of each procedure. Methods: We performed an electronic research of publications in MEDLINE (by PubMed), SciELO, LILACS, EBSCO and Google Scholar. The guidelines were also considered and synthesized. Results: In adolescents with cytologic HSIL, the "see and treat" method is not recommended and a colposcopy oriented biopsy of the cervix should be carried out for diagnostic confirmation. If the biopsy shows CIN2 or CIN3, the recommendation is the excisional treatment by large loop excision of the cervical transformation zone (LLETZ). However, more recent guidelines suggest the adoption of more conservative approach in compliant adolescents with CIN2, recommending monitoring with cytology and colposcopy at 6-month intervals. If CIN3 of carcinoma in situ is detected at any time, the excisional treatment is indicated. Conclusion: The treatment and follow-up of adolescent women with HSIL is still controversial. However, the best available evidence suggests that in teenagers with HSIL, surgical treatment may not be the first option, due to the high regression rate of the lesion and the reproductive risks related to interventional treatment for this population.